sexta-feira, 20 de maio de 2011

Quando eu Não Mai Existir


 J. G. Costa

Quando eu não mais existir não quero que a minha despedida seja num lugar triste envolto por olhares tristes e prantos sem fim.Quero que todos saibam que ali se vai alguém que amou de diversas formas e medidas e que sabia, perfeitamente, que este dia iria chegar, como chega para todos e que finalmente vai feliz por tudo de bom que pode despertar nos demais e talvez um pouco triste por não ter realmente, de fato, conseguido abraçar o mundo todo, mas que ao menos consegui plantar algumas sementes de esperança em vários corações e espero agora nessa hora um pouco mais de alegria em sua partida.

Quando eu não mais existir em carne e osso desfilando pela bela passarela da vida, gostaria que a simples lembrança da minha existência conseguisse lhes arrancar um sorriso, pois continuarei preso em algum objeto ou frase que ficou, mas se for uma lágrima que venha rolar em suas faces que seja ela de alegria por um dia, de alguma forma, terem interagido comigo, mas se essa lágrima for de saudade fiquem tranquilos, como eu sempre disse: se existe saudade é porque em algum momento houve amor.
Quando eu não mais existir, peço ao meu bom Deus, atencipadamente, que por favor, assim como eu faço todos os dias, cuide daqueles que escolheram ou foram levados a dividir suas belas vidas comigo, que enfrentaram de alguma forma algum desafio junto à minha pessoa, que não desistiram e seguiram em frente sabendo que o destino existe, mas que podia ser articulado de uma forma à tornar tudo mais belo e que finalmente conseguiram ver muitas vezes um lado bom onde parecia impossível existir.

Quando eu não mais existir em fim, pela lógica das minhas palavras, parece que continuarei existindo, ainda que por muito tempo... incontável tempo... inesgotável tempo... eterno!

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Eu, Sergio, daria um outro título à esse brilhante texto de J.G. Costa. Seria: Quando eu me tornar saudade!
Daria esse título porque acredito que não há como deixar de existir, no literal da palavras, mas apenas no sentido figurado... Pois quando deixamos de existir nos tornamos saudades e, assim, permanecemos gozando de plena vida na lembrança daqueles que amamos e nos amou. Enquanto não formos esquecidos, existiremos no coração de alguém, logo, eu só posso dizer que somos seres eternos!

Sergio A. Oliveira Neto

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