terça-feira, 28 de agosto de 2012

Ações e Palavras

O que você faz fala tão alto, que não consigo ouvir o que você diz.

O pensamento do filósofo e escritor americano, Ralph Waldo Emerson, precisa de nossa atenção.
Ações falam muito mais de nós mesmos do que nossas palavras.

Nossas palavras articulam-se por conveniência, por convenções e podem ser muito bem dissimuladas por força de nossa vontade, isto é, nem sempre contarão a verdade.
As ações mostram o que há em nossa alma, nossa índole, nossos valores.
É muito fácil falar. Mais difícil agir.

Francisco de Assis, missionário que resgatou a essência da mensagem do Cristo na Terra, em uma de suas pregações, afirmou:

A paz proclamada por vós com palavras deve habitar de modo mais abundante em vossos corações.
Isso significa que precisamos vivenciar algo para que nossas palavras e opiniões tenham peso. É a chamada autoridade moral.

Ela é válida na educação dos filhos, por exemplo.
Esses precisam identificar, nos genitores, o mesmo comportamento que estão exigindo deles.
Caso não encontrem essa referência, dificilmente seguirão qualquer recomendação educacional.
Os filhos poderão até obedecer, mas por medo, por ascendência da força, naquele momento.

Esse tipo de ascendência, porém, não dura. Tão logo se desvencilhem dos pais ou desenvolvam uma independência maior, voltarão a repetir as mesmas atitudes do ontem equivocado.
Resumindo: não aprenderam. Simplesmente atenderam a uma recomendação, por determinado tempo.
Por isso ouvimos falar na força do exemplo.

Os filhos copiam os pais em muitos aspectos. Imitam suas ações, sua forma de lidar com isso ou aquilo na vida. Seus conselhos só serão ouvidos se perceberem a força da autoridade moral embasando as falas.
A sabedoria de alguém não é medida pelo quanto ela sabe, conhece, mas pela qualidade de suas ações.
Vemos assim, no mundo, grandes vozes, de retórica impecável, mas cujas ações, no dia a dia, não condizem com seu verbo afiado.

Sobem nas tribunas do mundo, cantando a igualdade, a justiça, a defesa da população, quando em seu coração há apenas a busca pela satisfação de sua vaidade e egoísmo, tirando vantagem de tudo e de todos.
E muitas consciências de hoje estão tão doentes, tão obnubiladas, que nem sequer sentem algum tipo de remorso, culpa ou responsabilidade.

Despertarão mais tarde, possivelmente com a dor, com a força da lei de causa e efeito,colocando tudo de volta nos trilhos da alma descarrilhada.
Assim, cuidemos de nossas palavras e cuidemos de nossas ações.
O que fazemos fala muito mais alto do que aquilo que dizemos.

Lembremos do pensamento do filósofo:
O que você faz fala tão alto, que não consigo ouvir o que você diz.

Redação do Momento Espírita.
Em 15.8.2012.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Dia de Raul

No dia 21/08/1989, Morreria Raul Santos Seixas.



Foi encontrado morto ás 7 da manhã de segunda-feira pela empregada Dalva Borges. Que entrou no quarto como de costume para abrir a janela, observou-o, viu que o lençol o cobria até a altura do peito. Então, saiu para iniciar suas tarefas do dia, mas Raul não acordava e isso era incomum, geralmente, bastava um só ruido para ele se acordar. Preocupada, Dalva decidiu vê-lo denovo, encontrou-o do mesmo jeito, e sem reação. Julgou que havia morrido, passou então a telefonar para seus amigos, Marcelo Nova e Jerry Adriani, não conseguindo encontra-los, ligou para o parceiro José Roberto Romeira, que logo pediu a Dalva para colocar um espelho perto de seu nariz , para ver se ainda respirava. Mas Dalva voltou e falou que não saia vapor das suas narinas e que ele não dava sinais de vida. Junto ao médico Luciano Stancka, e de Marcelo Nova, José roberto se dirigiu ao flat de Raul, chegando lá o doutor verificou que ele estava morto havia algumas horas. Raulzito morreu de pancreatite aguda, causada pelo ecesso de bebida.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Eu sou brasileiro



A essência do brasileiro é constituída de diversas características incomum em outros lugares do mundo. Não há, de forma alguma, um brasileiro cuja história não seja incrível. Este povo, de respeitável admiração, representa o resultado de uma mistura de raças, culturas, costumes e conhecimentos, explicando assim, grandes tendências à arte, em todas as suas formas como na harmonia dos sons, pela música.
É sabido que, no Brasil, a cada passo há um ritmo diferente, uma melodia sendo tocada, que a música é festejada com afinco, ela ilustra os diversos momentos ao longo da vida de um brasileiro. Povo abençoado este que, mesmo em meio a tantas dores, injustiças e sofrimento, encontra na música seu momento de redenção, de entrega.

Usa com maestria a criatividade para expressar seu mais profundo sentimento, criando estátuas, pintando quadros, escrevendo poemas; em terras ‘brazilis’ não se faz distinção do branco e o preto, apenas interpreta-os como cores que compõe suas obras e expõe para o mundo a lição da vida em um linda aquarela. “Vejam essa maravilha de cenário...” Brasil de todas as cores e todas as raças, de sonhos e realizações. Este povo, verde amarelo, é Tiradentes pela liberdade, é Cartola em suas canções, Jorge Amado nas paixões literárias, na beleza da criação viu em sua história Mestre Aleijadinho deixar seu legado... “Brasil, um sonho intenso, um raio vivido...”, pois mesmo sendo um povo marcado pela dor, provocada por seus líderes, sorri, “levanta a poeira e dá a volta por cima”.

As ferramentas do brasileiro são suas mãos, sua criatividade e sua alegria, tudo que há de necessário a terra lhe dá em troca de arado e não tem motivos para desejar o de fora com a desculpa de que seria melhor, pois quem é verde e amarelo bate no peito, arregaça as mangas e faz a vida acontecer, essa é a alma do brasileiro, essa é sua história.

“Terra adorada, entre outras mil, és tu Brasil, ó Pátria amada, dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada Brasil.”

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Vamos pensar um pouquinho


Um ser humano deve ser capaz de mudar uma fralda, planejar uma invasão, carnear um porco, pilotar um navio, projetar um edifício, escrever um soneto, puxar o saldo de contas, construir um muro, encanar um osso, confortar os moribundos, cumprir ordens, dar ordens, cooperar, agir sozinho, resolver equações, analisar um novo problema, carregar estrume, programar um computador, fazer uma refeição saborosa, lutar com eficiência e morrer corajosamente. A especialização é para os insetos. (Lazarus Long personagem de Robert Heinlein)

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Eu melhor


Qual foi a experiência de vida que transformou você em alguém melhor?

Esta foi a pergunta feita pela redação de uma revista de circulação nacional, aos seus leitores.
A questão gerou uma matéria muito inspirada, intitulada Eu, melhor, apresentando diversos relatos de pessoas e acontecimentos que as transformaram.

Encontros, desencontros, doenças, surpresas. Diversos tipos de experiências foram narradas e, ao finalde cada relato havia uma pessoa agradecida e melhor.

Uma delas, ainda muito jovem, lembra o dia em que o pai recebeu o diagnóstico de câncer e veio contar à família.
Pediu que não ficassem tristes pois, caso não conseguisse a cura, aproveitaria mesmo assim a oportunidade para se transformar em alguém melhor.

O homem buscou perdão e reconciliação com familiares. Um dia, ao ouvir de alguém a expressão doença maldita, rebateu dizendo: Para mim, ela é bendita!

Dois meses depois ele morreu. A filha, emocionada, afirma que não só ele se transformou em alguém melhor, mas mudou para melhor a vida de todos ao seu redor.

Seu exemplo é lembrado até hoje e sua conduta sempre será referência para aquele núcleo familiar.

*   *   *

A vida tem costume de surpreender. De repente, aparece alguém que, com um gesto, abre nossos olhos. Ou um acidente no percurso, apontando para novas direções.
Às vezes, é uma viagem ou um encontro programado que segue rumos inesperados e nos transforma.
É a soma de eventos assim, belos e gratuitos, que nos faz melhores, mais fortes, mais maduros.
Pode ser uma soneca no ônibus, um encontro com um desconhecido, um raio que clareia tudo ou a proximidade da morte.

O que importa é olhar para essas experiências e reconhecer que elas nos ensinaram e, do seu jeito, nos fizeram mais felizes.

Sem pedir nada em troca, são pequenas graças plantadas no cotidiano. Como se fossem sinais, apontando para lugares onde podemos ser mais leves e alegres.

Então, quando olhamos para trás e enxergamos o caminho percorrido, só nos resta agradecer, do fundo do coração, à vida, que nos faz uma versão melhor de nós mesmos.

*   *   *

Todas as forças da natureza nos impulsionam para frente, rumo ao progresso inevitável. Progresso da alma, que vai se tornando mais sensível, mais amorosa, mais madura.

Progresso também da mente, mais esclarecida, com capacidade de tomar decisões com mais segurança.
Aproveite esses momentos de reflexão, onde você estiver, para lembrar que experiências fizeram de você alguém melhor, e se você soube ou está sabendo aprender com os acontecimentos da vida.

Todos eles, julgados como bons ou maus por nós, trazem dentro de si o objetivo de depurar o Espírito aprendiz.

Qual foi a experiência de vida que transformou você em alguém melhor?




Redação do Momento Espírita com base em matéria da revista
Sorria nº 23, de dezembro/janeiro 2012, de autoria de Jaqueline Li,
Jéssica Martineli, Karina Sérgio Gomes, Rafaela Dias, Rita Loiola,
Tissiane Vicentin e Valéria Mendonça.
Em 27.6.2012.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O Óbvio


Certa vez, um amigo abordou o médium Chico Xavier e lhe perguntou:

Chico, na sua opinião, qual é o homem mais rico?
Para mim, respondeu ele, o homem mais rico é o que tenha menos necessidades.

Arriscando nova pergunta, o companheiro quis saber:

E o homem mais justo e sábio?
Com o fraterno sorriso de sempre, ele voltou a responder:
O homem mais justo e sábio é o que cumpre com o dever.

Mas– voltou a insistir o homem, certamente querendo uma resposta ou revelação diferente – o que você está me dizendo é o óbvio!

Sem parar o que estava fazendo e, com a espontaneidade de sempre, Chico terminou dizendo:
Meu filho, tudo que está no Evangelho é o óbvio!

Não existem segredos nem mistérios para a salvação da alma. Nada mais óbvio que a verdade!
O nosso problema é justamente este: queremos alcançar o céu, vivendo fora do óbvio na Terra!

*   *   *

A palavra óbvio vem do latim obvius e significa tudo aquilo que é evidente, à vista, lugar-comum.
Ela é formada de ob, que representa à frente; e de via, que significa caminho.
Assim, ela indica aquilo que está à nossa frente, sem ser segredo ou estar escondido, o que salta à vista.

O querido médium da paz, na sua humildade de sempre, mostrou excelsa sabedoria ao apontar uma característica humana dos dias atuais: a de complicar o que é extremamente simples.
Assim criamos fórmulas, palavras mágicas, receitas e esquemas mil, para entender o que sempre esteve tão claro nas palavras do Evangelho.

Por vezes, parece que a fuga do óbvio é fuga da responsabilidade.
Responsabilidade de quem já sabe o que deve fazer, de quem já tem o conhecimento, mas deixa a ação, a mudança, a renovação sempre para amanhã.

Por que relutamos tanto em entender o óbvio? Será entendimento o que falta? Acreditamos que não. Nossa geração já tem entendimento e inteligência suficientes.

O que falta é o movimento interior da mudança, de deixar as paixões negativas para trás.

Viver de acordo com as lições de um mestre, como Jesus, não é ser fanático religioso, extremista e cego. Não, de forma alguma. O verdadeiro cristão é discreto, porém atuante e firme nas ações.
Não enxerguemos Jesus como um santo, inatingível, que serve apenas para ser adorado. Já passamos desse tempo.

Hoje é tempo de vê-lO como um exemplo, um referencial, num mundo onde as referências são tão pueris.
A lição do Evangelho é o óbvio. O óbvio tão necessário para acalmar nossas almas angustiadas com as incertezas do mundo.

É via segura à nossa frente, conduzindo à tão sonhada felicidade.

Redação do Momento Espírita
25.01.2012.