terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Mensagem da Vida

Madre Teresa de Calcutá, que foi Prêmio Nobel da Paz, entre tantos exemplos, deixou também escritos de grande valor.

Escreveu ela: Você sabe qual é o dia mais belo? Hoje.

Tinha razão. Nada se iguala ao dia que se está vivendo. O ontem é passado. Já nos trouxe a experiência e o amanhã ainda não é realidade.

E a coisa mais fácil? Equivocar-se. Com certeza. Quantas vezes, no mesmo dia, cometemos erros? Por pressa, damos informações incorretas. Por descuido, fazemos uma anotação indevida. E assim por diante.

Qual é o presente mais belo? O perdão.

Sim, o perdão é sempre extraordinário para quem o recebe e que, normalmente, aguarda ansioso por isso, desejando de alguma forma se redimir da falta praticada.

É suficiente que lembremos como ficamos preocupados quando ferimos um amigo e aguardamos a chance de nos ver de novo ao lado dele, para, de alguma forma, compensar o que fizemos de errado.

Quais as pessoas mais necessárias? Os pais.

São eles que nos transmitem a vida, nos formam o corpo, nos alimentam, nos educam. São eles que nos protegem nos primeiros anos, quando somos tão frágeis, incapazes de viver e caminhar por nós mesmos.

São eles que nos seguem, anos afora, sempre amigos, atentos, cuidadosos.

E os maiores professores? As crianças. Sem dúvida, as crianças, pela sua forma descontraída de agir, nos dão muitos exemplos da melhor maneira de nos portarmos na vida.

As crianças são simples. Expressam com facilidade seu carinho. Lutam pelo que desejam. Não têm vergonha de chorar.

O melhor remédio? O otimismo. Quem leva a vida com otimismo, jamais se entrega ao desalento. Consegue sempre forças renovadas para lutar e vencer.

A expressão mais eficaz? O sorriso. O sorriso conquista simpatias. Quando nos encontramos em lugares estranhos, entre desconhecidos, quando todos parecem um pouco assustados, o sorriso de alguém traz reconforto.

E pode ser o início de um diálogo, logo adiante.

A força mais potente do Universo? A fé. Não foi por outro motivo que Jesus, falando a respeito da fé, disse que se a tivéssemos do tamanho de um grão de mostarda, conseguiríamos mover montanhas.

Lembremos que o grão de mostarda é uma das menores sementes. É minúscula.

Finalmente, a coisa mais bela? O amor.

O amor coloca cores na paisagem, alimenta e dá forças. Por amor, uma criatura se entrega a outra criatura e se torna cocriadora com Deus.

Por amor, um Espírito Excelso veio à Terra, cantou e viveu o amor, deixando, ao partir, o mais belo poema de amor que a Terra já conheceu: o Evangelho.

* * *

Comece o seu dia agradecendo a Deus, pela bênção da vida.

Se você tem alguma mágoa da véspera, faça como o sol: esqueça a sombra e brilhe outra vez.

Use o sorriso com abundância e descobrirá como ele lhe trará precioso rendimento de colaboração e felicidade.

Lembre que a fórmula da felicidade recomenda ter para com tudo e para com todos a disposição de cooperar para o bem.



Redação do Momento Espírita, a partir de frases de Madre Teresa de Calcutá, da revista Harmonia, nº 62, de dezembro de 1999 e dos caps. 1 e 2 do livro Sinal verde, pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Cec.

Em 06.01.2012.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Os Dons

Narra uma lenda de autor desconhecido que um homem entrou em uma loja e se aproximou do balcão.

Quem estava a atender era uma criatura maravilhosa. Tão bela que parecia uma fada, dessas saídas de um conto infantil.

O homem olhou para os lados e perguntou: O que é que você tem para vender?

Com um sorriso lindo, a jovem respondeu: Todos os dons.

O homem arregalou os olhos, manifestando interesse, e quis saber qual era o preço. Seria muito caro?

Não, foi a resposta. Aqui, nesta loja, tudo é de graça.

Ele olhou, maravilhado, jarros cheios de amor, vidros repletos de fé, pacotes de esperança e caixinhas de sabedoria.

Resolveu fazer o seu pedido: Por favor, quero muito amor, um vidro de fé, bastante felicidade para mim e toda a minha família.

Com presteza, a moça preparou tudo e lhe entregou um embrulho muito pequeno, que cabia na sua mão.

O homem se mostrou surpreso e perguntou outra vez:

Será possível? Está tudo aqui mesmo? É tão pequeno o embrulho!

Sorrindo sempre, a jovem falou: Meu querido amigo, nesta loja, onde temos todos os dons, não vendemos frutos. Concedemos apenas as sementes.

* * *

As sementes das virtudes se encontram em nós. Somos a loja dos dons. O que necessitamos é investir na semeadura.

Se desejamos que frutifique o amor, é preciso que nos disponhamos a amar. E o exercício começa quando executamos bem as tarefas que nos constituem dever. Prossegue no trato familiar, com pais, irmãos, cônjuges e se amplia no rol das amizades.

Depois, atravessa a cerca dos afetos e passa a agir entre aqueles que simplesmente encontramos na rua, no ônibus, no mercado, no banco.

A fé não é adquirida de rompante. Necessita ser pensada, estudada, reflexionada. O exercício inicia com a contemplação da natureza. Os dias frios, os dias quentes, o sol, a lua, as estrelas, as árvores que balançam ao vento e as flores multicoloridas nos jardins.

Alonga-se com a visão dos mundos, das coisas infinitamente pequenas e daquelas infinitamente grandes. A harmonia de tudo nos remete a uma confiança irrestrita, uma certeza inabalável que se chama fé.

A felicidade frutifica quando, plenos de amor e de fé, vivemos cada dia com intensidade, sem igual, saboreando cada minuto como se fosse o único, o último, o derradeiro.

* * *

Mudar é um ato de coragem. É a aceitação plena e consciente do desafio.

É trabalho árduo, para hoje. É trabalho duro, para agora.

E os frutos seguramente virão no amanhã, talvez não muito distante.

Mas, quando temos certeza de estar no rumo certo, a caminhada é tranquila.

Quando temos fé e firmeza de propósito é fácil suportar as dificuldades do dia-a-dia.

Pensemos nisso. Invistamos nas virtudes ainda hoje.



Redação do Momento Espírita, com base no cap. Dons, de autor desconhecido e no cap. 
É preciso sentir a mudança lá dentro, de R. Anatoli Oliynik, do livro Momentos de luz, organizado por Hiran Rocha, v. 1, ed. Kuarup.

Em 20.01.2012.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Um copo de cólera

Tantas e tantas vezes sonho com você, do meu lado, linda... Como a primeira vez que te beijei, doce e de repente, sem aviso... 
Eu vejo o seu sorriso e sinto alegria nele, como naquela vez que te abracei forte e você me disse: Nunca mais me solte! 

Apenas 1 lágrima pode ter mais sentimento que uma vida, e você está nela, por você eu desperdiço uma lágrima, por você eu revelo meus sentimentos, por você ... Vi você chorar e senti uma dor no meu peito, quis imediatamente tocar seu peito e roubar sua dor para que não mais sofresse.

Eu preciso de você, tocar seus lábios com os meus, todos os dias, beijar seu corpo pouco a pouco, de vagar... Sentir você respirar profundo, no silêncio da noite ouvir seu coração bater mais forte, por mim, por nós, quero dividir meu calor com você e tomar para mim todo o seu desejo, intensificar seu prazer, eu quero ouvir de você palavras que implorem pelo meu cessar... 

Vou te devorar com toda fome que me tomou de assalto, vou me entregar à forte e doce força do pecado e não mais serei resistência, mas toda tentação que há e você não vai resistir, porque eu te quero e quero agora, pare de pensar, vem pra mim e farei com que nunca se arrependa porque eu sou seu vício e porque eu sou a cura...

Eu sou um copo de cólera!

[Sergio A. Oliveira Neto]

O Enterrado Vivo


É sempre no passado aquele orgasmo,
é sempre no presente aquele duplo,
é sempre no futuro aquele pânico.

É sempre no meu peito aquela garra.
É sempre no meu tédio aquele aceno.
É sempre no meu sono aquela guerra.

É sempre no meu trato o amplo distrato.
Sempre na minha firma a antiga fúria.
Sempre no mesmo engano outro retrato.

É sempre nos meus pulos o limite.
É sempre nos meus lábios a estampilha.
É sempre no meu não aquele trauma.

É sempre  no meu amor a noite rompe.
É sempre dentro de mim meu inimigo.
É sempre no meu sempre a minha ausência. 

[Carlos Drummond de Andrade]