sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Você é o que deseja ser...

João era um importante empresário. Morava em um apartamento de cobertura, na zona nobre da cidade.
Ao sair pela manhã, deu um longo beijo em sua amada, fez sua oração matinal de agradecimento a Deus pela sua vida, seu trabalho e suas realizações.

Tomou café com a esposa e os filhos e os deixou no colégio. Dirigiu-se a uma das suas empresas.
Cumprimentou todos os funcionários com um sorriso. Ele tinha inúmeros contratos para assinar, decisões a tomar, reuniões com vários departamentos, contatos com fornecedores e clientes.
Por isso, a primeira coisa que falou para sua secretária, foi: Calma, vamos fazer uma coisa de cada vez, sem stress.

Ao chegar a hora do almoço, foi curtir a família. À tarde, soube que o faturamento do mês superara os objetivos e mandou anunciar a todos os funcionários uma gratificação salarial, no mês seguinte.
Conseguiu resolver tudo, apesar da agenda cheia. Graças a sua calma, seu otimismo.
Como era sexta-feira, João foi ao supermercado, voltou para casa, saiu com a família para jantar.
Depois, foi dar uma palestra para estudantes, sobre motivação.

Enquanto isso, Mário, em um bairro pobre de outra capital, como fazia todas as sextas-feiras, foi ao bar jogar e beber.
Estava desempregado e, naquele dia, recusara uma vaga como auxiliar de mecânico, por não gostar do tipo de trabalho.
Mário não tinha filhos, nem esposa. A terceira companheira partira, cansada de ser espancada e viver com um inútil.

Ele morava de favor, num quarto muito sujo, em um porão. Naquele dia, bebeu, criou confusão, foi expulso do bar e o mecânico que lhe havia oferecido a vaga em sua oficina, o encontrou estirado na calçada.
Levou-o para casa e depois de passado o efeito da bebedeira, lhe perguntou por que ele era assim: Sou um desgraçado, falou. Meu pai era assim. Bebia, batia em minha mãe.
Eu tinha um irmão gêmeo que, como eu, saiu de casa depois que nossa mãe morreu. Ele se chamava João. Nunca mais o vi. Deve estar vivendo desta mesma forma.

Na outra capital, João terminou a palestra e foi entrevistado por um dos alunos: Por favor, diga-nos, o que fez com que o senhor se tornasse um grande empresário e um grande ser humano?
Emocionado, João respondeu: Devo tudo à minha família. Meu pai foi um péssimo exemplo. Ele bebia, batia em minha mãe, não parava em emprego algum.

Quando minha mãe morreu, saí de casa, decidido que não seria aquela vida que queria para mim e minha futura família. Tinha um irmão gêmeo, Mário, que também saiu de casa no mesmo dia. Nunca mais o vi. Deve estar vivendo desta mesma forma.

* * *

O que aconteceu com você até agora não é o que vai definir o seu futuro e, sim, a maneira como você vai reagir a tudo que lhe aconteceu.

Não lamente o seu passado. Construa você mesmo o seu presente e o seu futuro.
Aprenda com seus erros e com os erros dos outros.
O que aconteceu é o que menos importa. Já passou.
O que realmente importa é o que você vai fazer com o que vai acontecer.

E esta é uma decisão somente sua. Você decide o seu dia de amanhã. De tristeza ou de felicidade. De coisas positivas ou de amargura, sem esperança.
Pense nisso! Mas pense agora!

Redação do Momento Espírita, com base em texto de autoria ignorada.
Disponível no cd Momento Espírita, v. 11, ed. Fep.Em 20.10.2011.



quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Eu, inimigo meu

Muitas lágrimas tiveram o meu nome... Durante um tempo me fiz acreditar que eu era a dor e que pra mim não havia cura. Vivi em absoluta escuridão, em conflito com meus pensamentos. Não sabia com quem lutava, se comigo ou com o meu inimigo, eu!

Eu, deixou de existir e o frio tomou conta do infinito... O silêncio me torturou deixando muitas cicatrizes e tudo que eu tocava sofria!

Machuquei pessoas, destruí sonhos e tornei-me pesadelo e por onde eu passei perpetuei as trevas... Mas como a escuridão, eu tinha ânsia de luz, desejo de cores, cede de calor, vontade de conhecer a vida como plena...

As lágrimas que fiz cair me fizeram sofrer...
Os desapontamentos que provoquei me fizeram sofrer...
A dor que despertei me doeu...

Fechei os olhos e vi meu inimigo, rindo... rindo de mim, da minha dor, do meu sofrer e escolhi enfrentar, escolhi lutar, escolhi vencer.

Muito astuto, ligeiro e cauteloso, ele, meu inimigo, me conhece, sabe o que eu sei, sabe como penso, como decido... Eu, sem muitas opções, usei a pouca sabedoria que aprendi com meu inimigo, me escondi onde ele não procuraria, me fiz parecer ele, me fiz confundir com ele. Ele, dentro da minha cabeça, se viu perdido, se viu encurralado... à qualquer momento poderia ser atacado por mim, mas ele não sabia de que lado poderia ser atacado... A virtude da paciência se aprende e nunca se tem o bastante, quando não dominamos ela a agonia nos domina, o desespero toma conta e nos condenamos em nossas ações. Eu esperei, pois eu aprendi a esperar, me escondi e vigiei... Meu inimigo não soube ter paciência, sedento por destruição ele me queria e por não saber se controlar ele vacilou... Acabei com o frio doando meu calor, fiz da escuridão tão pequena com uma simples chama de esperança e revelei minha força pela fé. 

Mostrei ao meu inimigo que eu estava onde ele jamais alcançara, no coração!

Doeu de mais, lição aprendida... fiz a escolha que me fez eu!

Escolhi ser feliz!

Sergio Antonio de Oliveira Neto

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Oração Atendida

Será que Deus atende mesmo a todas as orações? Jesus nos afirmou que tudo o que pedíssemos ao Pai em Seu nome, Ele nos concederia.

Mesmo assim, a debilidade da nossa fé, vez ou outra, faz com que nos perguntemos: Será que atende?
Afinal, quantos de nós já fizemos rogativas ao Criador, que jamais foram atendidas?
Será preciso algum detalhe que nos possibilite ser atendidos por Deus?
Os mais revoltados, ante seus problemas não solucionados pela Divindade, chegam a admitir a parcialidade Divina que atende a uns e não atende a outros.

Contudo, não é assim. Ocorre que, inúmeras vezes, não nos apercebemos que Deus nos responde, embora nem sempre da forma que desejamos.
Mas, com certeza, sempre é o melhor que o Pai dispõe.
Recordamo-nos de um soldado americano, ferido durante a Guerra Civil. Após o ferimento, seguiram-se meses e meses de sofrimentos. A sua dor atingiu o auge quando ele se deu conta de que havia se tornado um deficiente físico.

No entanto, a transformação radical em sua vida lhe abriu novos horizontes que ele sintetizou em uma oração.

Oração que talvez se constitua em uma das mais belas páginas escritas por um deficiente físico.
Conforme a tradução livre, do original inglês, diz ele:

Pedi a Deus que me desse forças, para tudo conseguir...
Fui feito fraco para aprender a obedecer.
Pedi a Deus a saúde para realizar coisas grandiosas...
Fui feito doente para realizar coisas difíceis.
Pedi a Deus por riquezas, para comprar felicidade...
Fui feito pobre, para vender sabedoria.
Pedi a Deus que me concedesse poder, para que os homens necessitassem de mim...
Fui feito insignificante, para sentir a necessidade de Deus ...
Pedi a Deus por tudo isso, para poder gozar a vida...
E Deus me deu a vida para poder avaliar seu gozo.
Não recebi nada do que pedi, mas obtive tudo aquilo que esperava ganhar.
A despeito dos meus erros, as preces que não fiz foram atendidas.
E, dentre todos os homens, eu me considero o mais ricamente abençoado.

* * *

O entendimento do soldado ferido que se tornou um paralítico anônimo nos dá a tônica de como Deus ouve nossas preces e as atende, sempre de acordo com o que seja melhor para nós.
Afinal, muitas vezes passamos a valorizar as pequeninas e preciosas coisas da vida, quando elas nos são retiradas.

* * *

O ano de 1981 foi o primeiro Ano Internacional da Pessoa Deficiente.
Ser deficiente não significa ser doente.
É simplesmente ser diferente. Diferente dos padrões considerados como normais.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 1, pt. 1 e cap. 5, pt. 2 do livro As aves feridas na Terra voam, de Nancy Puhlmann di Girolamo, ed. Inst. Beneficente Nosso Lar, SP.Disponível no cd Momento Espírita, v. 2, ed. Fep.Em 06.10.2011.